segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Década de 50

A década de 50 começa em clima de democracia, situação econômica favorável expressa em grande desenvolvimento industrial e tendências nacionalistas.

Segundo Edgard Luiz de Barros, houve uma cultura modernizante do modelo desenvolvimentista, potencializado, sobretudo na presidência de Juscelino Kubitschek, induzindo não só a comportamentos mais cosmopolitas, mas a um novo estilo de vida nas cidades brasileiras. Houve os chamados “anos dourados” da classe média, confirmando a extraordinária importância da mídia e da indústria cultural.

Entre os fatos importantes desse período: é inaugurada a primeira emissora de televisão do país (Tupi); houve a primeira Bienal de São Paulo; foi iniciada a construção de Brasília com a moderna arquitetura de Oscar Niemeyer; o Brasil vence o Campeonato Mundial de Futebol; acontece a inauguração do Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro; na música, surge a Bossa Nova.




A Indústria Textil

A indústria têxtil está a todo vapor, orgulhosa de suas exportações e da atividade fabril durante a guerra. Dentre seus principais produtos, o tecido de algodão merecia o maior destaque como explica Durand: ”(…) era a principal fibra nacional, matéria-prima geradora de divisas e de um pano bem adaptado ao clima quente do país”.

O desenvolvimento da indústria brasileira neste período é bem descrito por Zuleika Alvim ao falar do Mappin:

“O Mappin se inseria de forma nítida nesse esforço de afirmação da indústria nacional, algo que assume características ainda mais eloqüentes por assinalar uma ruptura com relação ao que a loja representava no passado (…) em suas primeiras décadas de existência, a loja oferecia basicamente, artigos importados. (…) O consumidor da década de 50, na verdade, ainda detinha um arraigado preconceito contra a indústria nacional. Não foi tarefa simples convencê-lo de que poderia extrair os mesmos rendimentos dos produtos fabricados no Brasil.”

Na moda, o marco da década de 50 foi o aparecimento de butiques e costureiros, sendo estes os fundadores de uma costura “de autor”, não colada nos lançamentos europeus.Verificamos este fenômeno principalmente em Dener Pamplona de Abreu, que inicia sua carreira no Rio de Janeiro e depois muda-se para São Paulo. Ele foi estilista da primeira-dama Maria Tereza Goulart, esposa do então presidente Jango.

Dener, com seu trabalho e prestígio, favoreceu o aparecimento de outros nomes como Clodovil Hernandez, Guilherme Guimarães (autor do uniforme feminino da Marinha Brasileira) e, futuramente, Markito e Ney Galvão.

É o início da alta costura no Brasil, e onde surgem os primeiros questionamentos a respeito da autenticidade da moda brasileira, ou do que esta viria a ser. Nas palavras de Dener:

“a moda francesa dita a alta costura, enquanto a italiana influi nos modelos esportivos. Já a moda brasileira nasceu por necessidade climática (…) nossa moda é tropical, com tecidos leves e estamparias mais vivas”

Veja mais: http://fashionbubbles.com/moda/identidade-brasileira-na-moda-anos-50/

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